Celino Cunha Vieira - Associação Portuguesa José Marti / Cubainformación.- Cumpriu-se no passado dia 26 de Julho o 68.º aniversário sobre os assaltos ao Quartel Moncada em Santiago de Cuba e ao Quartel Carlos Manuel de Céspedes em Bayamo, sendo este o Dia da Rebeldia Cubana, homenageando-se assim aqueles que sobreviveram e os que deram a vida para que acabasse a ingerência estrangeira e a exploração de todo um povo oprimido e sem qualquer direito a poder escolher os seus destinos.


Hoje, quando todos deveriam estar unidos para poderem combater a pandemia e ultrapassar as dificuldades agravadas pelo criminoso bloqueio económico, comercial e financeiro unilateralmente imposto pelos Estados Unidos da América, assiste-se infelizmente à incompreensão de alguns que se deixam manipular por uma feroz campanha mediática que cobardemente aproveita sempre as situações de maior fragilidade em Cuba para formar e financiar agitadores no plano interno e externo, com vista a denegrir o prestígio das autoridades legítima e democraticamente sufragadas por quase a totalidade daqueles que estão no pleno gozo dos seus direitos, ou seja, por mais de 85% dos eleitores. Quem não conhece, que se dê ao trabalho de consultar a última versão da “Ley Electoral” aprovada em 13 de Julho de 2019, para poder ajuizar sobre a sua justiça e democraticidade.

 É verdade que não se pode negar que existem muitas dificuldades agravadas pelo bloqueio e pela pandemia, ressalvando-se ainda que Cuba não tem, por exemplo, ajudas financeiras a fundo perdido da Comunidade Europeia ou de qualquer outra organização como tem Portugal, não pode contar com as receitas geradas pelo turismo pelos motivos conhecidos e por conseguinte, pela falta de divisas que lhe permitam fazer face a importações que têm de ser pagas na hora.

 A maioria da comunicação social internacional bem tem aproveitado as falsas notícias, não se dando ao trabalho de comprovar a sua veracidade, omitindo as notícias verdadeiras para assim criar na opinião pública a sensação de que existe um grande movimento de contestação.

 Todos têm direito a uma opinião, que não tem forçosamente de ser unânime, até porque onde há dois cubanos existem dois pontos de vista diferentes, mas não se pode admitir é que façam o jogo daqueles que querem destruir uma Pátria com séculos de história e que o povo muitos sacrifícios teve de suportar para conquistar definitivamente a sua independência.

 Até se pode aceitar que quem não conhece Cuba possa estar equivocado, mas não se pode negar os enormes prejuízos económicos que o bloqueio tem provocado ao longo dos 60 anos da sua existência, com um forte impacto negativo no dia-a-dia de toda a população. Os assuntos cubanos devem ser tratados pelos cubanos e quem estupidamente apela a qualquer tipo de intervenção estrangeira em Cuba, deveria sim era apelar ao fim do bloqueio – tal como o tem feito a quase unanimidade dos países na Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas – e ajudar a reconstruir o País em paz, com espírito aberto e sentido revolucionário.

 (Celino Cunha Vieira)

 

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA JOSÉ MARTI
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